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Bento XVI nos lembra que o homem não está acima de Deus - Altair Fonseca
Bento XVI
Conhecimento da Igreja Católica

Bento XVI nos lembra que o homem não está acima de Deus

Para alguém que tem o mínimo de fé parece óbvio que o homem não está acima de Deus. Mas em um mundo onde o prazer, o bem-estar e a satisfação de todos os caprichos humanos parece estar em primeiro lugar, qual é o lugar que sobra para Deus? Bento XVI nos alertou que essa perigosa inversão traz efeitos catastróficos para a sociedade, efeitos que estamos vendo claramente nos dias atuais. Continue lendo para fazer uma meditação totalmente baseada na Palavra de Deus e no Magistério da Igreja.

Veja também:

Dica de Leitura: Jesus de Nazaré, de Bento XVI

Antes de meditarmos sobre essas verdades importantes, saiba que o trecho de leitura faz parte do livro Jesus de Nazaré, de Bento XVI, que medita a vida do Senhor da infância à ressurreição. São três volumes reunidos em uma só obra que, com muita honestidade e investigação, busca penetrar (até onde nossa limitação permite) em alguns mistérios da vida de Jesus.

Jesus-de-Nazaré Bento XVI
Jesus-de-Nazaré, de Bento XVI

A seguir, Bento XVI nos falará sobre o pão físico e o pão espiritual, as necessidades passageiras e a felicidade eterna, as coisas que passam e o que não passa. É muito importante para nós reorganizarmos a vida para que Deus ocupe o primeiro lugar.

Bento XVI nos lembra que o homem não está acima de de Deus

“O que há de mais trágico, o que mais contradiz a fé num Deus bom e a fé num redentor do homem do que a fome na humanidade? A primeira prova de identidade do Redentor perante o mundo e para o mundo não deverá ser que Ele lhe dê pão e que acabe com toda a espécie de fome? Durante o tempo da peregrinação pelo deserto, Deus tinha alimentado o povo de Israel com o pão descido do céu, com o maná. Pensava-se então poder reconhecer nisto uma imagem do tempo messiânico: não devia, e não deve, o Redentor do mundo provar a Sua identidade dando a todos de comer? Não é o problema da alimentação do mundo, e em geral o problema social, o primeiro e autêntico critério pelo qual a redenção deve ser medida? Pode alguém com direito dizer-se redentor se não satisfizer este critério? Do modo conceitual mais elevado, o marxismo fez disto o cerne da sua promessa de salvação: ele cuidaria para que acabasse toda a fome e que ‘o deserto se tornasse pão…’.”

Sem Deus ninguém pode ser bom
Sem Deus ninguém pode ser bom

“‘O homem não vive só de pão, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus’ (Mt 4,4). A este respeito há uma expressão do jesuíta alemão Alfred Delp, que foi condenado à morte pelos nazistas: ‘O pão é importante, a liberdade é mais importante, mas o mais importante de tudo é a adoração’.

Onde esta ordem dos bens não for respeitada, mas invertida, não haverá nenhuma justiça, não haverá mais cuidado com os homens que sofrem; mas precisamente aí o domínio dos bens materiais será desorganizado e destruído. Onde Deus é considerado uma grandeza secundária, onde pode ser deixado de lado por algum tempo ou por todo o tempo por causa de coisa mais importantes, aí precisamente fracassam essas coisas pretensamente mais importantes. Não é só o desfecho negativo da experiência marxista que o demonstra.

A ajuda do Ocidente para o desenvolvimento com base em princípios puramente técnicos e materiais – que não só deixa Deus de fora, mas também força o homem a d’Ele se fastar com o orgulho do seu saber fazer melhor – foi precisamente o tipo de ajuda que criou o Terceiro Mundo no sentido que hoje se entende. Esta “ajuda” empurrou para o lado as estruturas religiosas, morais e sociais e instaurou no vazio a sua mentalidade tecnológica. Ela julgava poder transformar pedras em pão, mas gerou pedras em vez de pão. Trata-se do primado de Deus. Trata-se de O reconhecer como realidade, como a realidade sem a qual nada mais pode ser bom. A história não pode ser regulada longe de Deus por estruturas simplesmente materiais. Se o coração do homem não for bom, então nada pode tornar-se bom. E a bondade do coração só pode, em última instância, vir d’Aquele que é bom, que é o bem em si mesmo.”

Sem Deus, nada pode ser bom

Meditando sobre o texto de Bento XVI, é preciso ficar claro em nossos corações que a bela aparência apodrece se suas boas obras não forem enraizadas no amor de Cristo. Esse amor centraliza todo o bem no Senhor, que é o bem em si mesmo, e nunca em partidos políticos ou qualquer figura humana. Realizar ações sociais vazias com foco no poder humano é a intenção de ditadores, que aproveitam-se das populações vulneráveis. Conforme o amor de Deus, leva-se o pão que mata a fome do corpo, mas também o pão da Palavra que alimenta a alma.

As ilustrações foram utilizadas com autorização do artista espanhol Raúl Berzosa.

Autor

○ Bacharel em Publicidade e Propaganda ○ Graduando em Filosofia ○ Partilho sobre Filosofia e Fé Católica ○ Link para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0931986249871001

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