Existe uma narrativa materialista que deturpa o sentido original de trechos importantes do Evangelho. A opção preferencial pelos pobres é verdadeira, já que os desfavorecidos merecem atenção especial por sua condição fragilizada. Entretanto, a figura do pobre imaculado, que não peca e alcança o Céu apenas por não ter posses é uma fantasia na qual muitos estão caindo. São Leão Magno nos ajuda a enxergar a verdade.

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Todo pobre vai para o Céu?

Início do Sermão sobre as Bem-aventuranças, de São Leão Magno, papa
(Sermo 95,1-2: PL 54,461-462)(Séc. V)

Qual seja a doutrina de Cristo, suas santas sentenças o demonstram. Elas dão a conhecer os degraus da jubilosa ascensão àqueles que desejam chegar à eterna beatitude. Bem-aventurados os pobres em espírito porque deles é o reino dos céus (Mt 5,3). Seria talvez ambíguo a que pobres se referia a Verdade, se dissesse: Bem-aventurados os pobres, sem acrescentar nada sobre a espécie de pobres, parecendo bastar a simples indigência, que tantos padecem por pesada e dura necessidade, para possuir o reino dos céus. Dizendo porém: Bem-aventurados os pobres em espírito, mostra que o reino dos céus será dado àqueles que mais se recomendam pela humildade dos corações do que pela falta de riquezas.

Como a figura da pessoa pobre tem sido instrumentalizada por grupos políticos com interesses nebulosos dentro da Igreja, torna-se importante compartilhar a verdade. Você pode fazer a sua parte?

Referências:

ILITURGIA. Ofício das Leituras. CNBB. Brasília, 2021. Disponível em: <https://www.iliturgia.com.br/>. Acesso em: 01 set. 2022.