Você busca a verdade ou tem outra ambição? Essa pergunta se faz necessária em nossos tempos, já que muitos que se denominam intelectuais na verdade agem movidos por interesse em lucro, status ou outras realidades passageiras. É impossível ser movido pela verdade e pelas paixões desordenadas ao mesmo tempo. Vamos refletir sobre isso a seguir.

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Seja sincero: você busca a verdade ou tem outra ambição?

A. D. Sertillanges, um padre dominicano francês, diz no excelente livro A vida intelectual: “Uma atitude ambiciosa em relação à ciência deixa de ser uma atitude científica, e aquele que a isso se entrega não merece mais ser chamado de intelectual”.

A ambição desmedida é capaz de arruinar a vida de estudos, fazendo com que a pessoa seja dominada pelos interesses mais rasteiros. As verdades elevadas não estão acessíveis àqueles que vivem mergulhados na lama.

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De que maneiras podemos nos tornar ambiciosos?

1.º Desejando ardentemente uma outra condição que a nossa, aspirando a honras, que não nos são devidas, ou exigindo as que o são;

2.º Tomando a ambição por conselheira dos nossos juízos na apreciação dos outros, a ponto de amá-los ou odiá-los, favorecê-los ou contrariá-los segundo se mostram favoráveis ou opostos aos nossos intuitos;

3.º Reputando felizes os que conseguem o que querem, e não cessando as nossas pretensões senão quando as não podemos realizar;

4.º Não julgando nenhum cargo superior ao nosso mérito, e aproveitando todas as ocasiões de obter dignidades e adiantamento;

5.º Olhando como principal motivo das nossas ações uma honra vã, que lisonjeia o orgulho;

6.º Aspirando, na ordem espiritual, a graças particulares e extraordinárias, a uma oração não vulgar, sem querermos contentar-nos com as luzes e graças que apraz a Deus dar-nos.

O remédio para a ambição

São Francisco de Assis disse: “A ambição é um mal tão grande que não há outro remédio senão a humildade”.

Para vencermos um vício precisamos, com a graça de Deus, cultivarmos em seu lugar uma virtude oposta. É por isso que São Francisco de Assis, ao reconhecer na ambição um grande mal, só enxerga para curá-la um grande remédio: a humildade.

Referências:

HAMON, Monsenhor André Jean Marie. Meditações para todos os dias do ano: Para uso dos Sacerdotes, Religiosos e dos Fiéis. Livraria Chardron, de Lélo & Irmão – Porto, 1904