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São Francisco de Sales mostra que você não precisa ficar na igreja o dia inteiro para agradar a Deus - Altair Fonseca
São Francisco de Sales e as vocações
Inspirações e conselhos

São Francisco de Sales mostra que você não precisa ficar na igreja o dia inteiro para agradar a Deus

São Francisco de Sales, um grande Doutor da Igreja, nos ensina que não é necessário ficar na igreja o dia inteiro para agradar a Deus. Isso não quer dizer que a vida de oração não agrade a Deus, mas que Ele mesmo nos criou, cada qual, para uma vocação. Um pai ou uma mãe, que precisam cuidar das atividades familiares, não podem viver como alguém totalmente consagrado na vida religiosa, por exemplo. Vamos entender melhor a seguir.

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São Francisco de Sales mostra que você não precisa ficar na igreja o dia inteiro para agradar a Deus

Da Introdução à Vida Devota, de São Francisco de Sales, bispo
(Pars 1, cap. 3)
(Séc. XVII)


A devoção deve ser praticada de modos diferentes


Na criação, Deus Criador mandou às plantas que cada uma produzisse fruto conforme sua espécie. Do mesmo modo, ele ordenou aos cristãos, plantas vivas de sua Igreja, que produzissem frutos de devoção, cada qual de acordo com sua categoria, estado e vocação.
A devoção deve ser praticada de modos diferentes pelo nobre e pelo operário, pelo servo e pelo príncipe, pela viúva, pela solteira ou pela casada. E isto ainda não basta. A prática da devoção deve adaptar-se às forças, aos trabalhos e aos deveres particulares de cada um.
Dize-me, por favor, Filotéia, se seria conveniente que os bispos quisessem viver na solidão como os cartuxos; que os casados não se preocupassem em aumentar seus ganhos mais que os capuchinhos; que o operário passasse o dia todo na igreja como o religioso; e que o religioso estivesse sempre disponível para todo tipo de encontros a serviço do próximo, como o bispo. Não seria ridícula, confusa e intolerável esta devoção?

Sua vida precisa frutificar
Sua vida precisa frutificar

Contudo, este erro absurdo acontece muitíssimas vezes. E no entanto, Filotéia, a devoção quando é verdadeira não prejudica a ninguém; pelo contrário, tudo aperfeiçoa e consuma. E quando se torna contrária à legítima ocupação de alguém, é falsa, sem dúvida alguma.
A abelha extrai seu mel das flores sem lhes causar dano algum, deixando-as intactas e frescas como encontrou. Todavia, a verdadeira devoção age melhor ainda, porque não somente não prejudica a qualquer espécie de vocação ou tarefa, mas ainda as engrandece e embeleza.
Toda a variedade de pedras preciosas lançadas no mel, tornam-se mais brilhantes, cada qual conforme sua cor; assim também cada um se torna mais agradável e perfeito em sua vocação quando esta for conjugada com a devoção: o cuidado da família se torna tranquilo, o amor mútuo entre marido e mulher, mais sincero, o serviço que se presta ao príncipe, mais fiel, e mais suave e agradável o desempenho de todas as ocupações.
É um erro, senão até mesmo uma heresia, querer excluir a vida devota dos quartéis de soldados, das oficinas dos operários, dos palácios dos príncipes, do lar das pessoas casadas. Confesso, porém, caríssima Filotéia, que a devoção puramente contemplativa, monástica e religiosa de modo algum pode ser praticada em tais ocupações ou condições. Mas, para além destas três espécies de devoção, existem muitas outras, próprias para o aperfeiçoamento daqueles que vivem no estado secular.
Portanto, onde quer que estejamos, devemos e podemos aspirar à vida perfeita.

Referências:

ILITURGIA. Ofício das Leituras. CNBB. Brasília, 2021. Disponível em: <https://www.iliturgia.com.br/>. Acesso em: 24 jan. 2023.

Autor

○ Bacharel em Publicidade e Propaganda ○ Graduando em Filosofia ○ Partilho sobre Filosofia e Fé Católica ○ Link para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0931986249871001

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