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É tempo de pacificar e converter os corações - Altair Fonseca
Paz nos corações
Reflexões e Meditações

É tempo de pacificar e converter os corações

Divisão, ódio, intrigas, corações machucados e uma sociedade se desmanchando longe de Deus. Acima das posições particulares, dos gostos e opiniões, existe a Providência Divina que rege o universo e faz com que tudo concorra para o bem daqueles que amam a Deus. É tempo de pacificar e converter os corações, e voltar o nosso olhar para o Senhor.

Veja também:

É tempo de pacificar e converter os corações

Da Constituição Pastoral Gaudium et spes, sobre a Igreja no mundo de hoje, do Concílio Vaticano II
(Nn. 82-83)
(Séc. XX)

A necessidade de formar as mentes para um novo espírito de paz

Acautelem-se os homens de julgar suficiente a confiança nas tentativas de alguns, sem cuidar da própria mentalidade. Pois os chefes de Estado, fiadores que são do bem comum da própria nação e igualmente promotores do bem comum mundial, dependem muitíssimo da opinião e da mentalidade das multidões. Nada lhes aproveita insistir na construção da paz, enquanto sentimentos de hostilidade, desprezo ou desconfiança, ódios raciais e ideologias obstinadas dividem os homens em campos opostos.
Daí a urgência máxima da reeducação da mentalidade e da nova inspiração da opinião pública. Os que se consagram à obra da educação, em particular da juventude, ou à formação da opinião pública, considerem como o seu dever mais grave inculcar no espírito de todos novos sentimentos pacíficos. Nós todos temos de transformar nossos corações, abrindo os olhos sobre o mundo inteiro e aquelas tarefas que, todos juntos, podemos cumprir, para o feliz progresso da humanidade. Não nos engane falsa esperança. Pois sem abandonar as inimizades e os ódios e sem concluir no futuro pactos firmes e honestos de paz universal, a humanidade, que já se encontra em situação muito crítica, apesar de dotada de ciência admirável, seja talvez fatalmente levada ao momento em que outra paz não experimente senão a horrenda paz da morte. A Igreja de Cristo, porém, ao pronunciar estas palavras, colocadas no meio da angústia deste tempo, não abandona sua firme esperança. Sempre de novo, oportuna e inoportunamente, repete a nosso tempo a mensagem apostólica: Este é o tempo propício para se converterem os corações, este é o dia da salvação (cf. 2Cor 6,2).

É tempo de conversão
É tempo de conversão

A misericórdia alcança aqueles que se arrependem

Os príncipes da terra não se dignam nem sequer de olhar para os súditos rebeldes que lhes veem pedir perdão; mas não é assim que Deus procede para conosco: Não apartará de vós o seu rosto, se vós voltardes para Ele. Deus não sabe desviar a sua divina face daquele que lhe cai arrependido aos pés. Não; pois que ele mesmo o convida com a promessa de o receber logo que venha. “Voltai para mim”, diz o Senhor, “e Eu vos receberei” (Jr 3, 1); “convertei-vos a mim, e Eu me converterei a vós” (Zc 1, 3).

Deus acolhe todo pecador arrependido
Deus acolhe todo pecador arrependido

Com que amor e ternura abraça Jesus Cristo o pecador que volta para Ele! É isso exatamente o que nos quis dar a entender pela parábola da ovelha desgarrada, que o pastor, achando-a, põe-na aos ombros e convida os amigos a que tomem parte no seu regozijo: Congratulamini mihi, quia inveni ovem meam, quae perierat — “Congratulai-vos comigo porque achei a ovelha que estava perdida”. E conclui com estas palavras: “Haverá mais júbilo no céu por um pecador que fizer penitência, do que sobre noventa e nove justos a quem não é necessária a penitência.” (Lc 15, 7). E São Gregório dá a razão disso; porque os pecadores arrependidos são em geral mais fervorosos que os próprios justos.

O Redentor demonstra ainda mais a sua misericórdia em acolher o pecador arrependido, na parábola do filho pródigo; onde declara que Ele próprio é esse bom pai que, ao ver voltar o filho perdido, lhe vai ao encontro, e sem lhe dar tempo de falar, o abraça, o beija, e ao abraçá-lo fica quase fora de si, tão viva é a consolação que sente: Accurrens cecidit super collum eius, et osculatus est eum (Lc 15, 20). — Numa palavra, pelo excesso de sua misericórdia Deus chega a dizer que, quando o pecador se arrepende, quer mesmo esquecer-se dos pecados, como se o pecador nunca o tivesse ofendido (Ez 18, 22). Vai mais longe ainda e diz: Venite et arguite me; si fuerint peccata vestra ut coccinum, quasi nix dealbabuntur (Is 1, 18) — “Vinde e argui-me; se os vossos pecados forem como o escarlate, eles se tornarão brancos como a neve”

Oração

A quem é que fiz guerra, meu Deus? A Vós, que sois tão bom, que me criastes, que morrestes por mim e me tendes suportado com tamanha clemência depois de tantas infidelidades! Só a consideração da paciência que tivestes comigo deveria fazer-me viver todo abrasado em vosso amor. Depois de tantas ofensas, quem me teria aturado tanto tempo como vós me aturastes? Ai de mim, se de hoje por diante eu Vos tornasse a ofender e me condenasse! A lembrança das vossas misericórdias, ó meu Deus, seria para mim um inferno mais cruel que o próprio inferno.

Não, meu Redentor, não permitais que Vos volte de novo as costas; deixai-me antes morrer. Vejo que a vossa misericórdia não me pode aturar mais tempo. Pesa-me, ó meu soberano Bem, de Vos ter ofendido. Amo-Vos de todo o meu coração e resolvido estou a consagrar-Vos todo o resto da minha vida. Ó Pai Eterno, atendei-me pelos merecimentos de Jesus Cristo; dai-me a santa perseverança e o vosso santo amor. Ouvi-me, meu Jesus, pelo sangue que derramastes por mim: Te ergo, quaesumus, tuis famulis subveni, quos pretioso sanguine redemisti — “Nós Vos suplicamos, socorrei a vossos servos, que resgatastes pelo vosso precioso sangue. — Ó Maria, minha Mãe, deitai sobre mim o vosso olhar piedoso e atraí-me todo para Deus.

Referências:

ILITURGIA. Ofício das Leituras. CNBB. Brasília, 2021. Disponível em: <https://www.iliturgia.com.br/>. Acesso em: 31 out. 2022.

LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Décima Segunda Semana depois de Pentecostes até o fim do ano eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p. 245-248.

Autor

○ Bacharel em Publicidade e Propaganda ○ Graduando em Filosofia ○ Partilho sobre Filosofia e Fé Católica ○ Link para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0931986249871001

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