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Ato de intolerância religiosa dentro da Igreja do Rosário é respondido com nota da Arquidiocese de Curitiba compartilhada pela CNBB - Altair Fonseca
Igreja do Rosário Curitiba
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Ato de intolerância religiosa dentro da Igreja do Rosário é respondido com nota da Arquidiocese de Curitiba compartilhada pela CNBB

Em um ato de intolerância religiosa, um grupo invadiu a Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Curitiba, no sábado (5 de fevereiro), durante uma missa, interrompendo a celebração. Dezenas de pessoas, com bandeiras do PT e do PCB, entraram à força no templo e começaram a gritar palavras como “racistas” e “fascistas”.

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Uma manifestação aconteceu no horário em que uma Santa Missa era realizada na Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Curitiba. Conforme discurso do vereador Renato Freitas, do PT, o protesto tinha como motivação a luta contra o “racismo estrutural” e as mortes Moïse Mugenyi e Durval Teófilo Filho. Até aí, tudo bem, a luta contra o racismo, a violência e a intolerância são justas. Entretanto, o grupo invadiu a Igreja no momento do culto religioso e o ato pacífico tornou-se um ato criminoso. Assista:

Vereador de Curitiba lidera invasão a Igreja

O Código Penal Brasileiro traz em seu Art. 208 a seguinte lei contra a intolerância religiosa:
Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo
Art. 208 – Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa. Parágrafo único – Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência.

A nota da Arquidiocese de Curitiba

Nota Oficial
Nota Oficial

Nota da Arquidiocese de Curitiba sobre a manifestação ocorrida dentro da Igreja do Rosário

No dia 05 de fevereiro de 2022, em torno das 17.00hs, um grupo apresentou-se junto à porta da Igreja do Rosário, para protestar contra a violência havida no estado do Rio de Janeiro, cujo desdobramento final foi a morte de um cidadão congolês e, em outro caso, a morte de um brasileiro afrodescendente. Era no mesmo horário da celebração da Missa. Solicitados a não tumultuar o momento litúrgico, lideranças do grupo instaram a comportamentos invasivos, desrespeitosos e grotescos.

É verdade que a questão racial no Brasil ainda requer muita reflexão e análises honestas, que promovam políticas públicas com vistas a contemplar a igualdade dos direitos de todos. Mas não é menos verdadeiro que a justiça e a paz nunca serão alcançados com destemperos ou impulsividades desequilibradas.

Desde a sua primeira inauguração, em 1737, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos sempre foi um lugar de veneração e de celebração da fé. Foram os escravos a edificá-la. Hoje, muitos afrodescendentes, a visitam. E o fazem em grupos ou individualmente. Sempre primaram pelo profundo respeito, até mesmo quando não católicos.

Infelizmente, o que houve no último sábado foram agressividades e ofensas. É fácil ver quem as estimulou.

A posição da Arquidiocese de Curitiba é de repúdio ante a profanação injuriosa. Também a Lei e a livre cidadania foram agredidas. Por outro lado, não se quer “politizar”, “partidarizar” ou exacerbar as reações. Os confrontos não são pacificadores. O que se quer agora é salvaguardar a dignidade da maravilhosa, e também dolorosa, história daquele Templo.

Curitiba, 07 de fevereiro de 2022.

Dom José Antonio Peruzzo
Arcebispo

Confira a publicação no Facebook da CNBB.

Autor

○ Bacharel em Publicidade e Propaganda ○ Graduando em Filosofia ○ Partilho sobre Filosofia e Fé Católica ○ Link para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0931986249871001

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