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O Mundo Depois de Nós, a modernidade líquida de Zygmunt Bauman e a Programação Neurolinguística - Altair Fonseca
O mundo depois de nós
Filosofia / Reflexões e Meditações / Vídeos

O Mundo Depois de Nós, a modernidade líquida de Zygmunt Bauman e a Programação Neurolinguística

Talvez você tenha assistido o intrigante filme O Mundo Depois de Nós e tenha procurado explicações em diversos vídeos e artigos para entender a história. É preciso ir além do óbvio para buscarmos respostas a nossas inúmeras perguntas sobre o comportamento humano para alcançarmos soluções para os mais variados problemas da sociedade atual. Sobre este filme, te convido a fazer comigo uma reflexão baseada na filosofia, na sociologia e na Programação Neurolinguística.

O Mundo Depois de Nós

O Mundo Depois de Nós é um filme de suspense psicológico apocalíptico que estreou na Netflix em dezembro de 2023. A produção conta com nomes de peso como Julia Roberts e Kevin Bacon. Na trama, uma família decide passar o final de semana em uma mansão de luxo afastada da agitação urbana, mas é surpreendia por um ataque cibernético e um apagão energético que transformam a situação em um verdadeiro caos.

O Mundo Depois de Nós, a modernidade líquida de Zygmunt Bauman e a Programação Neurolinguística

O intrigante filme O Mundo Depois de Nós deixou muita gente reflexiva. Diante da maioria das análises que foram feitas, ninguém percebeu algumas realidades implícitas que te convido a pensar no vídeo a seguir e no conteúdo adiante.

O Mundo Depois de Nós, a modernidade líquida de Zygmunt Bauman e a Programação Neurolinguística

Sobre os personagens

O pai, professor que tem muito conhecimento teórico, mostra-se totalmente incapaz e sem iniciativa diante de situações práticas. A mãe, que gosta de ter as coisas sob controle, passa por uma crise no relacionamento e quase comete a traição no decorrer do filme. O filho mais velho é dominado pelos desejos desordenados da juventude e só pensa em sensualidade. A filha mais nova sonha com um universo que só existe nas séries e é viciada em Friends. O dono da casa, que a alugou, aparece em sua residência fugindo da desordem e aparenta ter mais informações do que realmente revelou. A filha do dono da casa, ferida por sofrer racismo está sempre na defensiva e também traz em si uma certa revolta. O homem conservador prático, que tem armas e estocou alimentos e remédios é o que aparece como o mais preparado para lidar com a situação.

O mundo depois de nós
O mundo depois de nós

Diante do caos, as fraquezas de cada personagem aparecem e os conflitos acontecem de uma maneira que lembra a nossa atual sociedade fragmentada, que se encoleriza quando seus interesses pessoais estão em jogo. O enigmático final do filme mostra que, mesmo com o mundo em colapso, as pessoas ficam satisfeitas se estiverem entretidas em qualquer tipo de superficialidade.

Curiosidade

A Higher Ground Production, fundada em 2018 pelo ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama e pela ex-primeira dama Michelle Obama, é a produtora do filme.

As consequências do instantâneo

Bauman (2001, p. 137), nos fala sobre a sociedade do instantâneo, que quer tudo com rapidez, e com igual rapidez, descarta: “O tempo instantâneo e sem substância do mundo do software é também um tempo sem consequências. ‘Instantaneidade’ significa a realização imediata, ‘no ato’ – mas também exaustão e desaparecimento do interesse”.

Confrontando o pensamento do sociólogo com o filme e com a nossa realidade atual, percebemos que as pessoas querem que cada vez mais rápido seus desejos sejam satisfeitos e, quanto mais rápido tais desejos são supridos, mais rápido o objeto do desejo perde importância. Olhar para este ciclo dos desejos nos faz perceber que quanto mais prazeres desordenados as pessoas vivem, mais o mundo torna-se desinteressante para elas. Talvez isso explique porque pessoas muito ricas vivem em busca de aventuras e vão se destruindo na medida em que não se encontram.

As consequências do instantâneo
As consequências do instantâneo

Seres humanos não nasceram para serem usados

Bauman (2001, p. 186), afirma que na modernidade líquida as pessoas são descartáveis: “Condições econômicas e sociais precárias treinam homens e mulheres (ou os fazem aprender pelo caminho mais difícil) a perceber o mundo como um contêiner cheio de objetos descartáveis, objetos para uma só utilização; o mundo inteiro – inclusive outros seres humanos”.

O autor analisa os tempos modernos e percebe que as pessoas vão se tornando cada vez mais substituíveis, não importa o grau de instrução que tenham, afinal, os processos de produção e os valores transformam-se com rapidez e o ser humano torna-se obsoleto. Você percebe que tem se tornado cada vez mais difícil cumprir as exigências do mercado e que cada vez mais máquinas substituem o ser humano nas mais diversas atividades? Inteligência Artificial, chip no cérebro, dentre outras tecnologias, já são realidade e comprovam essa tese.

Se no campo profissional os seres humanos são cada vez mais descartáveis, segundo o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, no campo afetivo e emocional as pessoas estão ainda mais vulneráveis. Na modernidade líquida, os relacionamentos tornam-se fluidos, superficiais e possuem curto prazo de validade.

Seres humanos não nasceram para serem usados
Seres humanos não nasceram para serem usados

O que é Programação Neurolinguística?

A Programação Neurolinguística (PNL) foi descoberta por Richard Bandler e John Grinder. Andreas e Faulkner (1995, p. 29) explicam que: “Neuro refere-se ao nosso sistema nervoso, aos caminhos mentais dos nossos cinco sentidos de visão, audição, tato, paladar e olfato. Linguística refere-se à nossa capacidade de usar uma linguagem e à forma como determinadas palavras e frases refletem nossos mundos mentais. Linguística refere-se também à nossa ‘linguagem silenciosa’ de atitudes, gestos e hábitos que revelam nossos estilos de pensamento, crenças e outras coisas mais. Programação veio da informática, para sugerir que nossos pensamentos, sentimentos e ações são simplesmente programas habituais que podem ser mudados pelo upgrade do nosso ‘software mental'”.

Os defensores da PNL apontam seus reais aspectos positivos, já que ela pode substituir memórias traumáticas por lembranças estimulantes, curando a insegurança e tornando as pessoas mais bem sucedidas. Usar estímulos como palavras, sons e imagens, ou experiências como um todo para influenciar a mente das pessoas pode ser positivo. Mas e se grandes organizações começarem a usar tais estímulos para dominarem as massas e avançarem com seus projetos de poder imorais?

Lembre-se que antes da crise sanitária de 2020 alguns poderosos a nível global já estavam falando sobre a possibilidade de uma pandemia e já existiam filmes usando essa linguagem pandêmica. Seria uma preparação? Da mesma forma, agora já vemos poderosos a nível global falando sobre a possibilidade de um apagão da internet e da energia elétrica que traria o caos para o mundo. Lembremos que o filme O Mundo Depois de Nós traz exatamente essa mensagem e foi produzido com o aval de Barack e Michelle Obama. Seria coincidência ou teoria da conspiração? Aqui, apenas levantamos questionamentos para que você reflita.

Programação Neurolinguística
Programação Neurolinguística

Curiosidade

Certamente você já deve ter ouvido falar sobre o desenho Os Simpsons e sobre as “profecias” feitas na série animada que tornam-se realidade pouco tempo depois. Seriam verdadeiras profecias ou os poderosos produtores do desenho possuem informações privilegiadas e estariam apenas usando a PNL para condicionar as pessoas para o que eles já planejaram?

Se tudo o que entra pelos nossos sentidos é capaz de nos condicionar a algum tipo de comportamento, devemos prestar mais atenção a tudo o que está sendo produzido e ofertado com insistência para a maior parte da população. Que informações são repetidas com insistência e com que interesse? Vale a reflexão para que sejamos mais críticos e não sejamos massa de manobra na mão de um sistema global.

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Referências:

ANDREAS, S; FAULKNER, C. PNL Programação Neurolinguística: A nova tecnologia do sucesso. 10. Ed.: Campus, 1995.

BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

Autor

○ Bacharel em Publicidade e Propaganda ○ Graduando em Filosofia ○ Partilho sobre Filosofia e Fé Católica ○ Link para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0931986249871001

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