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Não conseguiremos pensar no céu se estamos tropeçando desastradamente nas coisas da terra - Altair Fonseca
Para pensar no céu
Inspirações e conselhos

Não conseguiremos pensar no céu se estamos tropeçando desastradamente nas coisas da terra

Quando Jesus toca nossos corações pela ação do Espírito Santo, nossa vida se transforma e ficamos com sede de Deus. Porém, na caminhada podemos nos equivocar quando, mesmo movidos por pensamentos piedosos, passamos a querer viver as coisas do céu e nos esquecemos de viver bem nossas tarefas na terra. Vamos hoje meditar juntos sobre essa realidade, para que possamos progredir na espiritualidade e alcançarmos a maturidade no tempo oportuno.

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Para pensar no céu é preciso antes viver bem aqui na terra

O texto a seguir é do monge beneditino Anselm Grün, no livro O céu começa em você – A sabedoria dos Padres do deserto para hoje:

“Não é conveniente que pessoas jovens pratiquem a meditação cedo demais e sigam o caminho da mística. Elas devem primeiramente saber distinguir o que constitui sua própria realidade. Elas devem encarar suas paixões e lutar com elas. Somente então é que tais pessoas podem pôr-se interiormente a caminho; somente então elas podem fixar seu coração plenamente em Deus. Há, hoje em dia, muitas pessoas que ficam fascinadas cedo demais por caminhos de espiritualidade. Pensam que podem seguir estes caminhos sem antes terem seguido o penoso caminho do autoconhecimento e do encontro com o seu próprio lado sombrio. Os monges advertem-nos acerca de uma espiritualidade desmedida. Este excesso facilmente nos leva a fazer o mesmo que aconteceu a Ícaro, que, aproximando-se demasiadamente do sol, caiu por ter construído asas de cera. De modo semelhante, as asas que nós construímos antes de nos encontrarmos com nossa própria realidade são também simplesmente de cera. Estas não conseguem sustentar-nos. Os americanos chamam o caminho deste voo espiritual descuidado de spiritual bypassing, que não é nada menos que um certo atalho espiritual. Um grande perigo está no fato de querermos fazer uso de meditação para nos desviar dos problemas que nós mesmos deveríamos resolver. Problemas tais como é o caso, por exemplo, de nossa sexualidade recalcada, de nossas agressões e angústias reprimidas. É por isso que, quando certas pessoas jovens manifestam pensamentos por demais piedosos, eu sempre procuro mostrar-lhes o outro polo que, concretamente falando, pode ser tanto o dia a dia em sua concretude como o trabalho, a escola, o estudo. Eu não recuso seus pensamentos e caminhos piedosos e nem procuro ridicularizá-los, uma vez que isso não me compete. Pois há, em sua piedade, uma ansiedade que é por demais autêntica. Contudo, é importante que sua piedade seja trazida para o chão do cotidiano e que ela penetre em seu dia a dia e em seu trabalho”.

O sofrimento é passageiro, mas é preciso perseverar

É inevitável que no caminho para o céu precisemos carregar nossas cruzes e lutar contra a nossa carne e o maligno. A vida do cristão sobre a terra é de intensos combates e cansaços, mas o prêmio é grande para quem se manter firme até o final.

O sofrimento é passageiro
O sofrimento é passageiro

Tendo em vista que além deste prêmio no céu, contamos com a consolação e o auxílio do Espírito Santo, temos o que é necessário para vivermos bem aqui. Portanto, você e eu podemos experimentar até mesmo uma alegria nas lutas que enfrentamos e tudo isso vai nos levando a uma vida espiritual mais madura, para podermos pensar no céu não como um sonho distante, mas como nosso destino final.

Autor

○ Bacharel em Publicidade e Propaganda ○ Graduando em Filosofia ○ Partilho sobre Filosofia e Fé Católica ○ Link para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0931986249871001

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