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Liturgia Diária – terça-feira, 1 de outubro de 2024 – Santa Teresa do Menino Jesus, virgem e doutora da Igreja, Memória obrigatória – 26ª Semana do Tempo Comum – Ano B - Altair Fonseca
Liturgia Diária
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Liturgia Diária – terça-feira, 1 de outubro de 2024 – Santa Teresa do Menino Jesus, virgem e doutora da Igreja, Memória obrigatória – 26ª Semana do Tempo Comum – Ano B

PRIMEIRA LEITURA

Por que foi dado à luz um infeliz?

Leitura do Livro de Jó 3,1-3.11-17.20-23

1 Jó abriu a boca e amaldiçoou o seu dia,
2 dizendo:
3 “Maldito o dia em que nasci
e a noite em que fui concebido.
11 Por que não morri desde o ventre materno,
ou não expirei ao sair das entranhas?
12 Por que me acolheu um regaço
e seios uns me amamentaram?
13 Estaria agora deitado e poderia descansar,
dormiria e teria repouso,
14 com os reis e ministros do país,
que construíram para si sepulcros grandiosos;
15 ou com os nobres, que amontoaram
ouro e prata em seus palácios.
16 Ou, então, enterrado como aborto,
eu agora não existiria,
como crianças que nem chegaram a ver a luz.
17 Ali acaba o tumulto dos ímpios,
ali repousam os que esgotaram as forças.
20 Por que foi dado à luz um infeliz
e vida àqueles que têm a alma amargurada?
21 Eles desejam a morte que não vem
e a buscam mais que um tesouro;
22 eles se alegrariam por um túmulo
e gozariam ao receberem sepultura.
23 Por que, então, foi dado à luz o homem
a quem seu próprio caminho está oculto,
a quem Deus cercou de todos os lados?”

Palavra do Senhor.

Salmo responsorial
Sl 87(88),2-3.4-5.6.7-8 (R. 3a)

R. Chegue a minha oração até a vossa presença.

2 A vós clamo, Senhor, sem cessar, todo o dia, *
e de noite se eleva até vós meu gemido.
3 Chegue a minha oração até a vossa presença, *
inclinai vosso ouvido a meu triste clamor! R.

4 Saturada de males se encontra a minh’alma, *
minha vida chegou junto às portas da morte.
5 Sou contado entre aqueles que descem à cova, *
toda gente me vê como um caso perdido! R.

6 O meu leito já tenho no reino dos mortos, *
como um homem caído que jaz no sepulcro,

de quem mesmo o Senhor se esqueceu para sempre *
e excluiu por completo da sua atenção. R.

7 Ó Senhor, me pusestes na cova mais funda, *
nos locais tenebrosos da sombra da morte.
8 Sobre mim cai o peso do vosso furor, *
vossas ondas enormes me cobrem, me afogam. R.

Aclamação ao Evangelho
Mc 10,45

R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Veio o Filho do homem, a fim de servir
e dar sua vida em resgate por muitos.

EVANGELHO

Ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 9,51-56

51 Estava chegando o tempo
de Jesus ser levado para o céu.
Então ele tomou a firme decisão
de partir para Jerusalém
52 e enviou mensageiros à sua frente.
Estes puseram-se a caminho
e entraram num povoado de samaritanos,
para preparar hospedagem para Jesus.
53 Mas os samaritanos não o receberam,
pois Jesus dava a impressão de que ia a Jerusalém.
54 Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram:
“Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu
para destruí-los?”
55 Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os.
56 E partiram para outro povoado.

Palavra da Salvação.

Reflexão

A memória de Santa Teresa do Menino Jesus, celebrada no dia 1º de outubro, nos lembra a figura extraordinária de uma jovem carmelita que, com sua simplicidade, alcançou a profundidade da espiritualidade cristã. Também conhecida como Santa Teresinha de Lisieux, ela é uma das doutoras da Igreja, sendo reconhecida por sua “pequena via” de santidade, ou seja, o caminho da humildade, confiança absoluta em Deus e amor nos pequenos gestos do dia a dia.

A leitura do Livro de Jó 3,1-3.11-17.20-23 nos apresenta um momento profundo de angústia e sofrimento na vida de Jó. Após perder seus bens, filhos e ser acometido por uma doença dolorosa, Jó, em meio à sua dor, lamenta o dia de seu nascimento e questiona o motivo de sua existência em meio a tanto sofrimento. A partir dessa leitura, somos convidados a refletir sobre nossas próprias experiências de dor e sofrimento. Quando enfrentamos adversidades, também podemos nos sentir perdidos ou desamparados, questionando o motivo de nossa existência ou do sofrimento. No entanto, a história de Jó, em sua totalidade, nos ensina que, mesmo em meio ao maior desespero, Deus permanece presente, mesmo quando não O entendemos. Jó encontrará, ao longo de sua jornada, respostas que o levarão a uma confiança renovada em Deus, que tudo vê e tudo cuida, mesmo nas horas mais escuras.

O Salmo 87(88), considerado um dos salmos mais tristes da Bíblia, é uma súplica de alguém que se encontra em profunda angústia e sofrimento. É um clamor desesperado por ajuda, em meio à escuridão e ao sentimento de abandono. Apesar do tom de desespero, o salmo nos ensina uma lição valiosa: mesmo nos momentos mais sombrios, é possível clamar a Deus. O sofrimento não deve nos afastar de Deus, mas, ao contrário, deve nos aproximar ainda mais Dele, na esperança de que Ele ouça nosso clamor.

O Evangelho de Lucas 9,51-56 narra um episódio importante da vida de Jesus, onde Ele começa sua jornada decisiva rumo a Jerusalém, onde se cumpriria sua paixão, morte e ressurreição. Durante o percurso, Ele enfrenta rejeição e responde com uma lição poderosa sobre misericórdia.

Neste evangelho, vemos Jesus assumindo sua missão com firmeza e determinação, ao dirigir-se para Jerusalém, sabendo o que O aguardava. Ao mesmo tempo, experimenta a rejeição por parte dos samaritanos, um povo que, por causa de tensões históricas e religiosas, tinha uma rivalidade com os judeus, especialmente em questões relacionadas ao templo em Jerusalém.

Os discípulos Tiago e João, indignados com a rejeição que Jesus enfrentou, sugerem uma reação violenta, pedindo permissão para invocar fogo do céu para destruir o povoado. Isso reflete um desejo humano por justiça retributiva, que muitas vezes busca punir aqueles que nos fazem mal. Contudo, a resposta de Jesus é surpreendente: Ele os repreende e segue para outro lugar.

Esse episódio nos ensina algo fundamental sobre a natureza do Reino de Deus. Jesus não veio para condenar, mas para salvar. A sua resposta de misericórdia e paciência nos lembra que o caminho do discípulo não é de vingança ou retaliação, mas de amor e perdão, mesmo diante da rejeição. Jesus, ao invés de castigar aqueles que o rejeitaram, escolhe continuar sua missão, sem impor sua presença à força.

Para nós, esse evangelho é um convite a refletir sobre nossas reações diante de conflitos e rejeições. Muitas vezes, podemos ser tentados a querer “descer fogo do céu” sobre aqueles que nos ofendem ou não nos aceitam. No entanto, o exemplo de Jesus nos chama a uma atitude de mansidão e misericórdia, deixando o julgamento nas mãos de Deus e perseverando em nossa missão com amor.

Que possamos aprender de Jesus a sermos pacientes e misericordiosos, mesmo quando enfrentamos oposição, e que, em vez de buscar vingança, possamos ser sinais da compaixão divina no mundo.

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Referências:

ILITURGIA. Liturgia Diária. CNBB. Disponível em: https://www.iliturgia.com.br/. Acesso em: 27 de setembro de 2024.

Autor

○ Bacharel em Publicidade e Propaganda ○ Graduando em Filosofia ○ Partilho sobre Filosofia e Fé Católica ○ Link para acessar o Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0931986249871001